quarta-feira, 9 de maio de 2012

Como lidar com a sexualidade na adolescência




Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus 

O tema do nosso assunto a ser abordado é sexualidade na adolescência. O nosso propósito não é exaurir este assunto em todas as suas dimensões, dado a complexidade e extensão do mesmo. O nosso propósito é trabalhar com vocês adolescentes algumas questões acerca do sexo à luz da ciência, e principalmente, à luz da Bíblia, para que vocês venham desenvolver, não só uma ideia sadia sobre este assunto, como a sua própria sexualidade de forma mais normal e cristã possível.

Quando falamos, hoje sobre sexo para adolescentes como vocês, nós partimos do princípio de que todo um universo de informações, questões e inquietações relacionadas ao sexo, já fazem parte, já ocupam as mentes de vocês e até (em alguns casos) já tem determinado a forma como alguns de vocês vivem ou se relacionam com o sexo.

Então vamos começar pensando sobre algumas questões introdutórias acerca de sexo. Vamos caminhar do geral para o especifico.

1. Definição:

E o primeiro passo a ser dado é o passo da definição. O que é sexo?

Esta pergunta parece óbvia, mas não é assim tão óbvia. Podemos caracterizar o sexo partido de vários aspectos.

1) sexo pode se referir ao aparelho genital masculino ou feminino com suas peculiaridades próprias;

2) sexo pode ser entendido como o conjunto de diferenças anatômicas entre homem e mulher ou de qualquer ser vivo sexuado;

3) sexo pode ser visto do ponto de vista do coito, do ato sexual.

2. A importância do sexo na vida humana:

O segundo fato importante a ser estudado dentro destas questões preliminares sobre sexo é a importância do sexo na vida humana.

Há um tempo atrás sexo sempre foi tratado como um assunto proibido. Sexo era visto como uma coisa suja, pecaminosa; algo inerentemente ligado ao pecado, ao diabo – e visto por Deus como um mal necessário.

Isto porque sexo foi erroneamente ligado pela religião católica ao pecado de Adão. Segundo a igreja católica, o sexo era o fruto proibido que Adão e Eva comeram e com isso, ambos caíram em desgraça e foram expulsos da presença de Deus.

Esta é uma visão torta, míope e uma leitura anacrônica da Bíblia. Porque se vocês verem, a ordem para Adão e Eva terem relações sexuais e povoarem a terra é dada já no capitulo 1 de Gênesis - para povoar a terra, só pelo ato sexual. Ainda não tinham inventado a inseminação artificial. E o casamento de Adão e Eva se concretiza no capitulo 2. Eles se unem, se tornam uma só carne. E tudo isso, debaixo da bênção de Deus, na presença santa de Deus. sem pecado, sem culpa.

E só então, no capitulo 3 dá-se a queda da raça humana. Adão e Eva rebelam-se contra o plano perfeito de Deus e obedecem a satanás, comem do fruto proibido e ai, o resto vocês já sabem.

Não obstante a isso, essa visão grosseira acerca do sexo perpetuou-se através dos séculos através da religião.

No meio protestante essa visão se fez sentir pela teologia puritana castradora e repressora que baniu o assunto sexo das igrejas e do lar, deixando ao inteiro cuidado de Dona ignorância.

Mas o fato é que, sexo ocupa um plano superior na vida humana. Tanto no que tange a visão bíblica, quanto aos conceitos da biologia.

Biblicamente o sexo tem um papel fundamental dentro do projeto eterno de Deus para a felicidade humana. E Deus quis assim.

Deus cria o sexo, e Ele mesmo disse que sexo era muito bom (Gn 1.27,31); de todas as bênçãos com que Deus abençoou a raça humana, o sexo (o ato sexual) foi, de todas, a primeira bênção. (Gn 1.28); e finalmente, a comissão, a primeira missão, recebida pelo homem da parte de Deus, foi a respeito do sexo e pelo sexo: "crescei-vos e multiplicai-vos".

Portanto, longe de figurar como "um fruto proibido", o sexo tem em Deus a sua honra e dignidade.

Quanto aos elementos balizadores da biologia, o sexo é o elemento mais vital e necessário da vida humana. Pode-se dizer que a vida biológica acontece sob o signo do sexo. O sexo governa todos os ciclos de nossa vida biológica. E em cada um desses ciclos ele desempenha uma função diferente.

Vejam: desde o período do nascimento até à fase da puberdade, o sexo age de modo latente como um balizador das estruturas da personalidade a ser desenvolvida na fase adulta. É o que Freud chama de desenvolvimento psicossexual. Ele nos dá três fases neste período que marca o inicio da vida sexual: fase oral, fase anal, fase fálica.

Depois, segue-se à fase da puberdade. Em que os seus corpos estão sendo preparados para a reprodução. É a chamada pré-adolescência. Período em que começam a aparecer os pêlos pubianos – na região da genitália. E nas axilas..., as meninas começam a crescer os seios.

Depois chega a famosa fase da adolescência. O que é a adolescência?

É a fase em que os corpos das meninas e dos meninos estão amadurecidos, para a reprodução. É a fase em que o sexo mais interage na vida de vocês. Ele se faz perceber em tudo. Nas espinhas da cara, na voz vai engrossando, nas mudanças de impulsos, e de sensações que vão tomando de conta dos sentimentos de vocês. Tudo isso é uma incursão pesada que o sexo faz na vida humana lançando "toneladas" de hormônios no corpo de vocês fazendo com que vocês passem pelas transformações necessárias para o relacionamento sexual na fase adulta. É um conjunto de transformações – psicológicas, físicas, sociais, e espirituais.

Mas o sintoma, a sintomatologia mais percebível nesta fase – dizendo que vocês biologicamente já estão pronto para a procriação, é o que nós chamamos de menstruação (no caso das meninas), e polução noturna (nos meninos).

As meninas vão menstruar, e os meninos vão poluir. A polução noturna e a menstruação são os avisos que tanto a menina como o menino, ambos não são mais crianças. Os dois viraram adolescentes.

Posterior a essas mudanças, segue-se à fase adulta. Quando o homem e a mulher estão preparados não só biologicamente para o relacionamento sexual, como também psicologicamente, emocionalmente, e espiritualmente preparados para a vida sexual conforme os padrões de Deus.

E mesmo na velhice o sexo continua tendo um papel preponderante no equilíbrio da vida humana. Agora, não mais com aquele desejo compulsivo pela relação sexual, mas agora em repouso, produzindo os hormônios ainda necessários para o equilíbrio mental e psicológico.

Diante disto, podemos, por assim dizer, que a nossa felicidade ou a nossa infelicidade depende de como nós vamos lidar com a questão da nossa sexualidade em cada fase de nossa vida. Qual a resposta que nós vamos dar a nossa sexualidade em cada fase de nossa vida.

E a fase da adolescência, mais que todas as outras fases, se reveste de maior importância. Porque é na adolescência que surge as grandes questões sobre sexo. As grandes dúvidas, os mitos, os grandes acertos e os grandes erros também. Às vezes, mais erros que acertos.

E dependendo de como você responder a estas questões que surge na adolescência, sua vida adulta será feliz, ou tremendamente infeliz.

E uma das primeiras questões que surge nessa fase é: como lidar com a minha sexualidade na adolescência. E aí, vem o ponto seguinte de nossa palestra.



4. Formas de responder aos impulsos sexuais da adolescência:

Quanto à atração sexual, falamos que o adolescente deve agir com naturalidade e espontaneidade – deixar as coisas seguirem o seu curso natural. O que não deve ocorrer em relação à excitação sexual.

A excitação sexual deve ser tratada com seriedade e com passos firmes pelo adolescente. É terreno escorregadio. E geralmente acaba em acidentes. Às vezes, com duras conseqüências.

Por quê?

Porque embora essas duas forcas instintivas (atração e excitação) vão acompanhar o homem por quase toda a sua vida, ambas agem diferentemente a pessoa.

A atração sexual age motivada pela estrutura da personalidade já bem definida e bem elaborada quanto à sua heterossexualidade - menino gosta de menina e menina gosta de menino.

A excitação sexual, por sua vez, age motivada pela a ação dos hormônios. Que agem no cérebro produzindo excitação, ereção, intumescimento, fantasias sexuais..., e assim por diante.

O problema é que, diferente da atração sexual, que age uniforme e na mesma intensidade durante todos os estágios da vida, a excitação sexual, que depende da ação dos hormônios, tende a sofrer variações durante as varias etapas da vida.

E é na fase da adolescência em que estas variações se acentuam. Ela sobe acima do normal. Ela "dá um pico". É por isso que no auge da adolescência os meninos só pensam em sexo, sexo, sexo. O que não é normal – se tomarmos a vida adulta com referencia.

Agora, em função de que ocorre esse desequilíbrio? Biologicamente falando, é por causa do desequilíbrio normal dos hormônios nesta fase. Super-produção de hormônios nesta fase.

Por isso, nós devemos tomar muito cuidado com a forma como vamos lidar com essa hiper-excitação da adolescência, que deve ser vista como um desequilíbrio normal desta fase. Porque qualquer coisa pode levar o adolescente, não só a realizar um ato impensado para o qual ele não está preparado, (como o ato sexual) com graves conseqüências posteriores, como também deixar graves seqüelas psicológicas e mentais. Esse desequilíbrio normal da fase da adolescência pode se tornar um desequilíbrio permanente no campo psicológico e até mental.

Então vamos ver como responder a esses impulsos sexuais aos quais chamamos de Excitação sexual? Como lidar com isso de modo certo?

4.1- Formas de lidar com a excitação sexual na Adolescência:

há duas formas de lidar com esses impulsos sexuais da adolescência: a forma certa e forma errada. Infelizmente, a maioria dos adolescentes sempre opta pela forma mais errada. E às vezes, não por sua culpa, mais por falta de instrução.

Dentre as formas erradas, as quais se entrelaçam formando um círculo vicioso.

A primeira forma errada como o adolescente tenta lidar com os seus impulsos sexuais é dizendo um sim irrestrito para eles - para todos os seus desejos. E o adolescente faz isso de diversas maneiras e numa escala crescente e sem volta. Ele começa a descer esta espiral dos desejos dos impulsos até cair no abismo da depravação sexual – que é uma deformidade moral, psicológica e mental terrível.

4.2. Pornografia:

Quando o adolescente abre concessões para a excitação sexual e diz sim para os seus impulsos, a primeira coisa para qual ele também diz sim é a pornografia. Pornografia é a prostituição sexual veiculada por fotos ou figuras, imagens (que pode ser por televisão ou cinema), e ou escrita – que são aquelas revistas que trazem histórias ou fantasias sexuais.

A pornografia é uma forma errada de nós respondermos aos impulsos sexuais da adolescência. Ela não acalma esses impulsos, pelo contrario, ela os faz cada vez mais fortes. Ela não dá equilíbrio, ela desequilibra mais ainda. Ela não minimiza o nosso desejo de sexo, ela apenas intensifica esse desejo.

A Palavra de Deus condena essa forma de lidar com a excitação sexual da adolescência. Em Mateus 5:28, Jesus diz: "qualquer um que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela".

Olhar para uma mulher com fantasias eróticas já é adultério. Existem outros textos contra a pornografia, mais que o tempo não nos permite, agora, verificarmos. Mas aí, está a lista: 1Co 6:18; 2a Co 7:1. mas eu gostaria que nós lêssemos 1a Tessalonicenses 4:4-6.

A pornografia é uma depravação sexual – um desvirtuamento do sexo. Ela transforma o sexo um produto de comércio. E ela destrói os valores morais e espirituais da pessoa, bem como abala as estruturas psicológicas e cria uma disfunção mental, escravizando a pessoa às fantasias eróticas.

Aí, vem o próximo passo, a segunda forma errada de se responder à excitação sexual da adolescência.

O primeiro passo errado foi o sim da aceitação dos desejos e dos impulsos da excitação sexual. O próximo passo e o passo da viabilização desses desejos. O adolescente viabiliza os meios para satisfazer os desejos sexuais, ele alimenta, ele mune, ele nutre a sua excitação sexual com imagens e fantasias eróticas.

O próximo passo errado é a execução dos desejos sexuais. É a famosa masturbação. E é o que nos vamos falar daqui pra frente com mais detença.

4.3. Masturbação:

O que é masturbação? Masturbação é uma palavra que vem do latim manus que quer dizer mão, e turbare que quer dizer agitar, excitar. Então masturbação quer excitar-se com a mão, ou fazendo uso da mão.

A Bíblia não fala diretamente sobre masturbação. Por erro de interpretação da igreja católica, convencionou-se erradamente a masturbação com o texto de Gn 38:9, onde Onã, filho de Judá, interrompia a relação sexual, ejaculando fora da vagina da viúva de seu irmão, quebrando assim a lei do levirato.

A partir desse erro de interpretação, passou-se também a nomear essa pratica de onanismo.

4.3.1. Tipos de Masturbação:

Existem duas formas de se classificar a masturbação. Classifica-se a masturbação pelos instrumentos com os quais a pessoa pratica a masturbação, ou pelos fatores causais.

De acordo com os instrumentos usados na sua execução, a masturbação, pode ser classificada da seguinte maneira:

a) Muda: que é o excitamento por pensamentos, leituras ou contemplação;

b) Manual: que é o excitamento com as mãos nos órgãos sexuais;

c) Instrumental: que é a excitação obtida através de instrumentos.

De acordo com os fatores causais, a masturbação pode ser classificada como incidental e estrutural.

4.3.1.1. Tipo incidental:

No histórico de qualquer pessoa poderá surgir um episódio masturbatório, que é circunstancial e por isso é passageiro. Essa é a masturbação incidental. E existem dois tipos de masturbação incidental. Aquelas que chamamos de primaria e a secundaria.

4.3.1.1.1. Masturbação Incidental Primaria:

São aquelas que acontece quase como um acidente. Por uma inabilidade ou imperícia dos pais ou da babá, ou enfermeira, quando na higiene das genitálias da criança. Estes se demoram em demasia no asseio das partes genitais e involuntariamente acabam excitando o clitóris nas meninas e a glande (cabeça do pênis) nos meninos – levando-os ao orgasmo e conduzindo-os a descoberta da masturbação e a fixação na mesma.

No caso das meninas, ainda acontece por causa de um verme que prolifera no reto da menina, mas que se não cuidado, pode migrar do ânus para a vagina produzindo corrimento vaginal e constante e intensa coceira, que por sua vez pode levar a descoberta da masturbação.

4.3.1.1.2. Masturbação Incidental Secundaria:

Existe também a masturbação por incidente secundário. Esta ocorre na adolescência nos contatos naturais com outros adolescentes do mesmo sexo ou por curiosidade.

Os adolescentes de maior idade que já praticam a masturbação, ensinam aos de idade menor e ocorre daí, a pratica masturbatória regular.

Muito dessas iniciações acontecem por meio de empregadas domesticas que induzem a criança à masturbação.

4.3.1.2. Tipo Estrutural:

Nos casos Estruturais, a masturbação não é um simples incidente sexual, mas é um componente afetivo dentro da estrutura da personalidade em desenvolvimento.

Neste caso o adolescente se masturba não por um incidente sexual ocorrido na sua primeira infância, não por uma exposição pesada a um tipo de pornografia, mas por um problema estrutural em sua personalidade causado por um tipo de relacionamento traumático dos pais com ele ou dos pais entre si.

Os elementos psicológicos que estão vinculados com esse tipo de pratica masturbatória são os seguintes:

1. Angustia (clima de insegurança e intranqüilidade no lar);

2. Frustração (dominação egoísta dos pais sobre as aptidões naturais dos filhos);

3. Defeito moral dos pais (alcoolismo, droga, vícios, mentira, desonestidade nos negócios, etc.);

4. Isolamento (pais que negligenciam a vida afetiva dos filhos, não tendo tempo, par aos filhos);

5. Medo (clima de ameaça constante de espancamento físico)

6. Solidão (filhos únicos ou separados da família, ou dos pais).

4.3.2. Efeitos da Masturbação:

A masturbação por não ser uma pratica normal (a pesar que muitos psicólogos digam o contrario), ela deixa seqüelas por vezes irreversíveis.

O problema de se perceber as conseqüências da masturbação é porque elas não se fazem sentir imediatamente. Elas ocorrem a distancia do período em que o adolescente se encontra dentro dessa prática. Portanto, isso dificulta às vezes, estabelecer uma conexão causal com a masturbação.

Contudo, tem se podido perceber que aqueles indivíduos que apresentam certas dificuldades ou fracassos em algumas áreas, sempre estão relacionados com a pratica inveterada na masturbação.

Os danos da masturbação podem ser classificados sob 5 aspectos da existência:

a) Anatômico-fisiológico;

b) Psicológico;

c) Social;

d) Afetivo-sexual;

e) Moral-espiritual

4.3.2.1. Anatômico-fisiológico:

Uma das primeiras conseqüências que a masturbação deixa em quem a pratica é um dano na anatomia e na fisiologia dos órgãos sexuais.

No caso dos órgãos sexuais femininos (quando a masturbação é realizada pela manipulação do clitóris – com o dedo ou com um objeto) a masturbação produz um espessamento da pele do Clitóris – ocasionando uma diminuição na sensibilidade, o que posteriormente, fatalmente provocará uma dificuldade da mulher chegar ao orgasmo, ou até uma frigidez.

Paralelamente a isso, aparece um aumento (engrossamento) dos pequenos lábios, o que provoca um aspecto de intumescimento da vulva.

Quando a masturbação se dá pela estimulação vaginal, além de provocar a ruptura do hímen, por autodefloramento, geralmente aparece um corrimento vaginal por causa dos micróbios que são conduzidos pelos dedos ou objetos introduzidos na vagina.

No caso dos homens, há também danos tanto na fisiologia, quanto na anatomia do seu pênis. A masturbação produz um espessamento do tecido da glande e da pele do prepúcio, diminuindo-lhe a sensibilidade. Isto causa uma dificuldade em homem alcançar o orgasmo. O que pode levar o homem a uma impotência e a falta de estimulo para relação sexual.

Outra disfunção que ocorre com a masturbação é o condicionamento do cérebro ao formato e à pressão que a mão exerce sobre o pênis que é muito maior que qualquer vagina. O que leva o homem à impotência no meio do ato sexual.

E, finalmente, dentro desse aspecto da anatomia, nos casos de viciados em masturbação quando o pênis alcança a ereção ele fica numa posição distorcida – o pênis toma o formado do movimento da mão.

4.3.2.2. Danos Psicológicos:

Existem também os danos psicológicos. Esses danos são os relativos às funções do aparelho mental e a desestrutura da personalidade.

As funções psíquicas que são mais prejudicadas nas pessoas viciadas pela masturbação são:

a. A atenção (que fica diminuída);

b. A imaginação (que fica exacerbada e alienante);

c. A memória (que fica lenta);

d. O pensamento (com tendência de ter idéia fixa);

e. O raciocínio (com tendência de usar sofismas)

f. O senso de julgamento (que relaxa moralmente);

g. A percepção (que passa a ser subjetiva);

h. A mente (que fica dependendo de fantasias para se excitar – pessoa passa a ser excitada não pelo que ela vê, mas pelo artifício da imaginação).

Em relação à personalidade o vício da masturbação provoca os seguintes danos:

I. Emperramento da maturidade sentimental e afetiva;

II. Aumento da vaidade e da atitude individualista;

III. Conflitos entre a realidade e a fantasia (a pessoa passa a viver em dois mundo paralelos – se torna esquizofrênico);

IV. Diminuição da percepção das necessidades afetivas do parceiro sexual;

V. Incompetência sexual e ejaculação precoce no caso do homem e frigidez sexual na mulher;

VI. Comportamento exibicionista e espetaculoso ou isolamento social por complexo de inferioridade e por sentimento de culpa;

VII. Dificuldade para amar alguém de modo desinteressado e altruístico.

4.3.2.3. Danos sociais:

a pessoa que se masturba, numa fase mais aguda (o que ocorre invariavelmente); torna-se uma pessoa isolada do grupo. Ela tem dificuldade de relacionar-se.

Isto ocorre por duas razões:

Primeiro, porque ela se tornou uma pessoa que vive em dois mundos um da fantasia, o outro o da realidade. Como sempre a fantasia é melhor do que a realidade, a tendência da pessoa é se fechar neste mundo onde ela pode ser o que realmente é sem precisar representar a todo instante.

E segundo, porque sua mente está condicionada, e viciada pela masturbação a não incluir o outro nos seus momentos de prazer. O seu esquema de vida repete o seu esquema sexual. Ela não consegue mais elaborar o outro. É só ela. Neste ponto a masturbação ganhou status na existência.

Outra dificuldade da pessoa viciada em masturbação refere-se ao seu estilo de conversação. Mesmo quando ela conversa, continua no mesmo procedimento de excluir o outro. Essa dificuldade se revela de duas maneiras:

A. absorção com domínio exclusivista das atenções dos presentes sobre si mesma. Em outras palavras, só ela quer falar.

B. Silencio – ausência de participação das conversações. Com o mesmo propósito ser o centro das atenções, agora pelo método da autocomiseração, retendo assim a misericórdia dos circunstantes.

Ambas atitudes, no campo psicológico, demonstram uma tentativa de continuidade da masturbação física – um monólogo masturbatório. O instrumento migra das mãos para a língua.

4.3.2.4. Dano afetivo-sexual:

aqui nesta área, se manifestam as dificuldades que produzem maior angustia e maior índice de desajustamento nas pessoas que são viciadas em masturbação. A razão principal de tais distúrbios está no próprio "estilo de vida" pratico da sexualidade do masturbador viciado.

Durante a pratica constante da masturbação como um vício, a mente da referida pessoa se condiciona com a "existência imaginaria" de pessoas irreais, as quais são manipuladas ARBITRARIAMENTE dentro do "esquema fantasioso" exigido pela masturbação em si.

Quando o individuo passa para um relacionamento concreto, no qual estão pessoas reais, com seus comportamentos próprios, ocorre um "choque" entre FANTASIA e REALIDADE. Na mente do viciado em masturbação.

Na vida real, não se consegue o mesmo tipo de manipulação de pessoas, do mesmo modo que se consegue com os personagens imaginários criados pela mente do viciado em masturbação.

Nessa área do contato real vem a incompetência "operacional" do masturbador que se frustra, por não saber "conviver" com pessoas reais, uma vez que levou uma vida de "monólogo masturbatório".

O conflito se instala exatamente na área do relacionamento INTERPESSOAL e os esforços do masturbador são dirigidos para que o "outro" se enquadre dentro do seu "esquema de ficção", utilizado na prática masturbatória habitual.

Isso nunca dá certo, porque o outro se cansa de fingir; e ninguém agüenta por muito tempo ser diferente do que se é na sua identidade real de pessoa humana.

Mormente, os desajustes sexuais se manifestam na vida conjugal, logo no inicio porque a masturbação é a atividade preferencial. O casal se frustra e fica frustrado.

No caso da mulher, ela se vê condicionada a manipular o clitóris para alcançar o orgasmo. No caso de ser o homem, o vício da masturbação provoca uma necessidade de uma "ajuda" da sua mão no pênis para a ereção, e uma boa dosagem de fantasia e imagens pornográficas armazenadas em sua mente para que a excitação apareça.

Tudo isso gera muita amargura, sentimento de culpa, desconfiança, etc.

4.3.2.5. Moral-espiritual:

Além de a masturbação ser um mal psicológico e fisiológico, ela também danifica terrivelmente os referenciais morais e espirituais do masturbador.

Ela o põe diretamente em contradições com a pessoa de Deus e com seus valores. Então o viciado passa então a viver em dois mundos paralelos. O da fé e o da masturbação. E a pessoa acaba se tornando um esquizofrênico religioso.

4.2. Forma Correta de lidar com a sexualidade:

Eu disse que a primeira forma errada como o jovem adolescente tenta lidar com os seus impulsos sexuais era dizendo um sim irrestrito para os seus desejos e para suas demandas – quer seja através da pornografia, quer seja através da masturbação. Então, qual seria a forma certa de tentar lidar com os impulsos sexuais da adolescência?

Eu creio que nem os aceitando irrestritamente, nem os negando categoricamente, mas sublimando-os. Direcione-os para o lugar certo, para o tempo certo, para o propósito certo que é a relação plena e perfeita entre duas pessoas que se dispõe compartilhar toda a vida.

Pense nas conseqüências, dessas fugas fáceis, e verifique o quanto vale a pena, vivermos uma sexualidade plena através de Jesus dirigindo e nos dando a pessoa certa para vivermos plenamente a vida sexual.


I. A ATIVIDADE SEXUAL NA NATUREZA:

Sua finalidade é garantir a manutenção das espécies de seres vivos. É por isso que o impulso sexual é algo tão forte. A energia sexual é seguramente a energia biológica mais poderosa que existe, pois é através dela que nos tornamos parceiros de Deus no processo da Criação. É a única energia natural capaz de gerar Vida (Gn. 1.22,28).

O Sexo na espécie humana e nas demais espécies de seres vivos: a diferença está no fato de que o ser humano é o único animal que usa o sexo não só para procriar, mas como fonte de prazer e expressão de amor. Grifamos a conjunção "e" para realçar o fato de que as duas coisas vêm necessariamente juntas: à luz da Palavra de Deus, o sexo apenas como fonte de prazer torna-se pecaminoso, como veremos no decorrer do estudo.

1.- O plano de Deus para a sexualidade humana: à luz de Gn. 2.24 e Mt. 19.3-11, compreendemos que o plano de Deus é que o ser humano exerça sua sexualidade no plano de companheirismo entre o homem e a mulher numa parceria de vida, e não só de sexo. Uma união tão completa que torna dois indivíduos de sexos opostos parte de uma unidade que, idealmente, deve ser indissolúvel (I Co. 7.4).

A importância que a Bíblia dá à relação sexual fica clara no texto de I Co. 6.16, onde podemos perceber que o vínculo criado por esse relacionamento é intenso, mesmo quando exercido de modo leviano e irresponsável. A intimidade compartilhada gera uma espécie de compromisso implícito, que a qualquer momento pode surgir na forma de cobranças afetivas ou materiais.

2.- Erotismo x pornografia: Há uma diferença básica entre estas duas palavras, embora elas venham sendo usadas hoje em dia praticamente como sinônimos. Erotismo é o conjunto de sensações e impulsos que nos impelem à atividade sexual. Dentro de um relacionamento sexual sadio, os estímulos eróticos, como beijos e carícias, fazem parte do "jogo do amor", e levam a sensações e experiências muito agradáveis. Pornografia, por outro lado, é o mau uso do erotismo, levando a práticas sexuais erradas e pervertidas: o estímulo à prostituição, ao homossexualismo.



 A confusão de erotismo com pornografia tem levado muitos crentes a deixarem de exercer e aproveitar as práticas eróticas normais, como se o erotismo em si mesmo fosse pecaminoso. Ver I Tm. 4.1-5 e Tt. 1-15. A este respeito, citamos Robinson Cavalcanti em seu livro Libertação e Sexualidade:

"O que pode o ser humano fazer com a sua sexualidade:
Realizá-la:
de forma estável, comprometida e heterossexual (ideal) - o que nem sempre é possível, por fatores interiores ou alheios à vontade (falta de condições, falta de parceiros.);
de forma instável, não comprometida ou mecânica com relacionamentos heterossexuais sucessivos e superficiais;
de forma homossexual, instável ou estável, o que não é recomendável;
de forma isolada pela masturbação.
Reprimi-la: violentando a natureza, o que traz conseqüências negativas;

Sublimá-la: canalizando a libido para atividade alternativas e compensatórias, de forma temporária ou permanente, quando possível.

A culpa é um ponto de encontro entre a Teologia e a Psicologia. A Graça pode ser outro ponto de encontro, que substitui o anterior. A culpa, quanto à sexualidade, tem afetado a saúde mental de milhares de pessoas, inclusive cristãs. De onde, então, pode se originar o sentimento de culpa?

Do Espírito Santo, quando nos procura convencer "do pecado, da justiça e do juízo", sintonizado com a Palavra e impelindo à Graça, ao perdão e à restauração;

Do maligno, quando, até usando a Palavra, procura manter as pessoas derrotadas, presas, auto-destruídas;

Da cultura, das tradições, dos ambientes, que alimentam negativamente o nosso superego.

Devemos, também, procurar distinguir o pecado da mera tentação, pois a tentação é parte do dia-a-dia da humanidade, e o próprio Senhor foi tentado.

A Igreja, como comunidade terapêutica, deve ser ministradora da Graça, visando o perdão e a restauração, visando a construção e a maturidade, visando a santidade e a sanidade, o que implica na aceitação do outro e no exercício do amor. “O amor é o maior canal da Graça.”

3.- Há erotismo na Bíblia? Leia-se Pv. 5.15-20; Ct. 1.2; 4.10,11; 7.9-12. É fácil perceber, por estas passagens, que o erotismo é parte natural e agradável da vida humana, em nada afastando o Homem do seu Criador.

Podemos notar, por esta primeira parte do estudo, que a sexualidade e o erotismo são bênçãos que Deus nos dá, e não pecados em si mesmos. Como, então, a sexualidade pode se tornar um fator de afastamento de Deus? Passamos então a analisar o

II. COMPORTAMENTO SEXUAL FORA DO PLANO DE DEUS

Procedimentos "normais" do ponto de vista exclusivamente biológico (ou seja, envolvendo duas pessoas de sexos opostos, numa relação pênis/vagina); podemos analisar dois tipos de situação:

Relações sexuais antes do compromisso conjugal: quando o casal ainda não tem condições de maturidade, estabilidade financeira e psicoafetiva, quando ainda não é possível assumir um com o outro o compromisso de parceria de vida, e não só de sexo. Este tipo de situação ocorre:

Para adquirir experiência: o jovem ou adolescente acha que precisa aprender antes de comprometer-se com o (a) futuro (a) companheiro (a);

Por amor, entre namorados. Neste caso, freqüentemente há o compromisso afetivo, mas não existem condições de se assumir o compromisso conjugal. O casal sente que "um pertence ao outro", e a atração é muito forte, e sempre muito difícil de resistir.

A Palavra de Deus adverte expressamente contra a prática do ato sexual sem o compromisso conjugal. Ver Dt. 22.20,21,28 e 29. No segundo livro de Samuel, no capítulo 13, há a história de Amnom e Tamar (ambos os filhos de Davi, mas de mães diferentes), em que Amnom sente fortíssima atração pela meia-irmã, e a seduz.



O relato bíblico diz que "Depois Amnom sentiu por ela grande aversão, e maior era a aversão que sentiu por ela, que o amor que ele lhe votara". Este é um fato comum: um dos parceiros passa a desprezar o outro (mais freqüentemente o rapaz despreza a moça), e o relacionamento, inicialmente bonito, correto e saudável, dá lugar a tristeza, humilhação e sofrimento.

Como resistir? A receita bíblica é o autocontrole, fruto do Espírito: I Ts. 4.3-8; I Co. 13.7; Gl. 5.23. Ver também a advertência aos jovens, em Ec. 11.9.

a) Relações sexuais extraconjugais: o adultério.

A Bíblia proíbe expressamente a prática do adultério, sendo esta proibição um dos dez mandamentos (Ex. 20.14). Na lei mosaica, este pecado era punido com a pena de morte (Dt. 22.22-27).

Salomão, no livro dos Provérbios, adverte contra esta prática: Pv. 7.7-23.

É comum o adúltero achar que pode justificar-se argumentando que a atração que sente pela outra (ou o outro, no caso da mulher) surgiu como uma coisa espontânea, "honesta", até bonita. Isto é uma ilusão. Há no adultério uma dupla deslealdade: para com o cônjuge, que está sendo traído, e para com o companheiro ou companheira clandestina, com quem não se pode assumir nenhum compromisso definitivo, a não ser à custa de romper o vínculo com o parceiro original.

A gravidade do adultério como pecado compreende-se claramente pela importância que Jesus lhe dá: na ótica do Mestre, é a única justificativa aceitável para o processo de divórcio (Mt. 19.9).

b) O incesto, ou relação sexuais entre parentes íntimos, também é expressamente reprovado na instrução dada por Deus a Moisés (Lv. 18.6-16).

c) Relações sexuais sem amor, sem comprometimento mútuo, pelo simples prazer, ou em troca de dinheiro ou favores especiais (por interesse). No primeiro caso, falamos em fornicação, e no segundo, em prostituição.

Desvios ou aberrações do comportamento sexual: já mencionamos acima que a relação sexual normal do ponto de vista biológico envolve duas pessoas de sexos opostos, sexualmente maduras, isto é, cujo organismo está pronto para o ato da procriação. Qualquer relação fora deste padrão já não envolve apenas questões éticas, mas sim condições patológicas: doenças da mente e do espírito. Em Lv. 18.22,23, e Rm. 1.26,27 compreendemos a gravidade deste tipo de comportamento. Conhecemos vários tipos de aberração:

d) Bestialismo ou zoofilia: a prática de relações sexuais com animais.

e) Pedofilia: a atração anormal por crianças ( criaturas ainda não sexualmente maduras).

f) Necrofilia: a prática de relações sexuais com cadáveres.

g) Homossexualismo: o relacionamento sexual com pessoas do mesmo sexo.

h)Sexo anal: a relação sexual com penetração no ânus em vez da vagina. Biologicamente, o ânus é um orifício de saída, não de entrada. O material contido na ampola retal, que é a última parte do intestino e que desemboca no ânus, é cheio de bactérias, cuja presença é normal no local, mas nas vias urinárias pode levar ao aparecimento de lesões e infecções às vezes graves.



Além disso, é uma relação mais traumática, causando freqüentemente escoriações e fissuras por onde podem entrar microorganismos atingindo a corrente sangüínea e causando doenças como a AIDS.

É interessante a maneira como Robinson Cavalcanti analisa os desvios do comportamento sexual, no livro já citado acima:

"Há certo consenso na ética cristã de que:

a) por certo Deus destinou o ser humano a buscar a realização sexual com outros seres vivos. A necrofilia, ou atração sexual por cadáveres, fere esse padrão;
b) Deus destinou o ser humano à realização sexual com outro ser da mesma espécie. A zoofilia, ou atração sexual por irracionais, fere esse padrão;
c) Deus destinou o ser humano à realização com o sexo oposto. O homossexualismo, ou atração pelo mesmo sexo, fere esse padrão;
d) Deus destinou o ser humano a se realizar sexualmente por livre manifestação de vontade. O estupro, ou relações sexuais à força, fere esse padrão;
e) Deus destinou o ser humano à realização sexual por amor. A prostituição, ou relação sexual mediante remuneração ou recompensa, fere esse padrão;
f) Deus destinou o ser humano a relacionamentos estáveis, que crescem e se aprofundam. A fornicação, ou relacionamentos sexuais efêmeros e sucessivos, fere esse padrão;
g) Deus destinou o ser humano a relacionamentos na amplitude da espécie. O incesto, ou relacionamento sexual com parentes próximos, fere esse padrão;
h) Deus concebeu a atividade sexual como um ato de comunicação interpessoal. A masturbação, ou auto-realização sexual solitária, quando opção permanente de um egoísmo sexual, fere esse padrão;
i) Deus deixou ao ser humano a incumbência e a capacidade de reprodução da espécie. Ele é a fonte da vida e condena a morte. O aborto, ou destruição do ser enquanto ainda no útero, fere esse padrão;
j) Destinou Deus o ser humano a fazer da atividade sexual um ato construtivo de afeto. O sadismo, ou prazer em fazer sofrer, e o masoquismo, ou prazer no sofrer, com suas agressões e mutilações, fere esse padrão;
k) Destinou Deus o ser humano à integração da sua sexualidade com equilíbrio, dentro de uma pluralidade de atividades e interesses. A lascívia, sexocentrismo, sexomania ou obsessão sexual, fere esse padrão."

Todo desvio de conduta é conseqüência da negação de Deus por parte do ser humano (Rm. 1.21-32).

Em 1 Co. 6.9,10 há uma lista de tipos de pessoas que não podem herdar o reino de Deus: "nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus".

É claro que isto não significa que não há esperança para os adúlteros, homossexuais, fofoqueiros, furadores de fila, pão-duro. Porém, é uma ilusão perigosa achar que Jesus vai garantir salvação sem conversão. Devemos respeito a essas pessoas enquanto seres humanos, mas não podemos, por exemplo, pedir que Deus abençoe uma união homossexual sob o pretexto de que "é uma relação de amor"(!). Imitando Jesus, devemos amar o pecador, mas não o pecado.

Felizmente, em Jesus há esperança para todas estas pessoas (1 Co. 6.11).

Para terminar o nosso estudo, analisaremos agora a

III. ATITUDE DO CRISTÃO DIANTE DO PECADO E DO PECADOR

Atitude errada: o legalismo (Cl. 2.16-23). A postura dos "crentes" tem sido tradicionalmente assim. Estamos sempre prontos a apontar o dedo, a julgar e a condenar, apesar de todas as advertências da Palavra de Deus contra este hábito (Rm. 2.1; Tg. 2.8-13; Lc. 18.9-14).A Igreja tem um Código de Disciplina que tem sido aplicado com extremo rigor e sem misericórdia no caso dos pecados sexuais, e de maneira branda ou mesmo nenhuma no caso de intrigas, fofocas maldosas, atitudes desonestas, etc. Membros têm sido afastados do convívio dos crentes por causa da disciplina mal aplicada. Muitos, por não terem ainda maturidade espiritual, têm se afastado de Deus por confundirem a "justiça" da igreja com a Justiça de Deus.

Não queremos dizer com isto que o Código de Disciplina é supérfluo ou está errado, mas que ele tem sido aplicado de maneira totalmente distante dos propósitos de Deus. Punições como suspensão ou exclusão da comunhão só devem ser aplicadas em casos de membros não arrependidos e reincidentes contumazes apesar das exortações feitas com amor.

A disciplina de Deus está bem exemplificada na história de Davi (2 Sm. 12.1-25). Tendo cometido o duplo crime de adultério e assassinato, Davi é exortado e depois informado que tem o perdão de Deus, mas não pode fugir às conseqüências do seu pecado. E a sua atitude é exemplo para todos nós.

A atitude correta:

i) A atitude de Jesus: o episódio da mulher adúltera nos dá o exemplo (Jo. 8.1-11). Ficam claras a Sua misericórdia para com a pecadora, sem tornar-se cúmplice ou conivente com o seu pecado ("Vai, e não peques mais").

j) A "receita" bíblica para a nossa atitude: Gl. 6.1-5).

Encerramos este estudo com uma afirmação de fé: talvez muitos de nós tenhamos em nosso passado algum pecado, de ordem sexual ou não, do qual nos envergonhamos. Mas podemos confiar na promessa de Deus em Sua Palavra: "Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (1 Co. 6.11).

Ø O Sexo e o Pecado                      
                                   
"Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios como é haver quem abuse da mulher de seu pai". (1 Co 5).

"Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula, pois aos devassos e adúlteros Deus os julgará"(Hb 13.4).

A relação sexual ENTRE NÃO CASADOS é pecado, ainda que sejam namorados, noivos ou comprometidos. O ADULTÉRIO, proibido pelo sétimo Mandamento (Êx 20.14), abrange os vários tipos de imoralidade e pecados sexuais. Homens e mulheres, adolescentes, jovens e adultos, devem permanecer puros, abstendo-se de qualquer atividade sexual que não seja no compromisso do matrimônio. “Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que se prostitui peca contra seu próprio corpo”. (1 Co 6.18).

Os jovens devem seguir o caminho estreito que leva à vida eterna. A mídia, os amiguinhos, os ímpios, os entrevistadores televisivos sem compromisso com a Palavra, afirmam que o sexo entre jovens é normal, principalmente quando há compromisso formal. Esta é a palavra do mundo. Os cristãos verdadeiros não fazem parte desse sistema mundano. Somos guiados, orientados e conduzidos pela palavra de Deus.

Deus considera ilícito o ato sexual realizado entre não casados, e a isto dá-se também o nome de imoralidade ou impureza sexual. Não só o ato sexual propriamente dito deve ser evitado por quem deseja consagrar-se a Deus e crescer em santidade; as carícias que envolvem toques e outras práticas impuras não são compatíveis com a vida cristã.

No mundo atual o sexo é banalizado e não raro confundido com amor. Daí a expressão “fazer amor” referindo-se a um relacionamento íntimo. A prática sexual entre jovens está de tal forma disseminada que os líderes religiosos, desavisados, negligentes, claudicantes, fracos na fé, ficam por vezes confusos e titubeantes no aplicar corretamente a Palavra, no transmitir a orientação correta. Sucumbem diante da avalanche de depravação e das práticas imorais.

Casos há em que eles próprios deixam-se levar pelo grito da carne. Tais desvios chegam ao ponto em que denominações que se dizem cristãs acolherem homossexuais em suas fileiras, não para  evangelizá-los; não para lhes combater a imoralidade; não para indicar-lhes o caminho da santidade, mas para acariciar seus pecados; para tolerar a perversão sexual que praticam.

Homens e mulheres, da Igreja de Cristo, devem permanecer castos, livres da impureza sexual, até o casamento. Sei que essas palavras soam como uma aberração nos ouvidos da maioria. As palavras do destemido João Batista também soaram esquisitas aos ouvidos do rei Herodes: “Não te é lícito possuir a mulher do seu irmão Filipe” (Mt 14.3-4). O precursor de Jesus foi encarcerado e perdeu a vida, mas cumpriu a missão de anunciar a verdade, sem recuo, sem medo, sem fraqueza, sem covardia.

O exemplo de João Batista deve ser seguido. Não devemos temer o esvaziamento da congregação, a saída daqueles que não aceitam a correção. Os que assim se comportam não são Igreja, não são Corpo. O que importa é dizermos a verdade.

Programas de televisão, danças sensuais, peças teatrais, revistas e filmes pornográficos de várias formas produzem nos jovens uma erotização tal que aos 13 ou 14 anos – ou em até menos idade – são despertados para a prática do sexo.



Daí decorrem os abortos, as doenças, as crises conjugais e existenciais. A televisão apresenta todos os dias programas especiais sobre sexo, ditos de orientação sexual, ensinando aos adolescentes a livre prática sexual, a liberdade total, com quem quiser, como quiser, desde que usem camisinha. Essa é a voz do mundo depravado.

Todos os dias, também, devemos ensinar em nossas igrejas que a Palavra de Deus mostra caminhos diferentes. Deixemos que o mundo, dominado pelo deus deste século, proceda conforme a vontade de seu senhor. Mas nós, cristãos, devemos fazer a vontade do nosso Senhor. E o Senhor Jesus disse: “Qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mateus 5.28).

Deus recomenda que o ato sexual seja praticado entre casados. “A imoralidade e a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática sexual com outra pessoa que não seja seu cônjuge. O adultério, a fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de Deus por serem transgressões da lei do amor” (Bíblia de Estudos Pentecostal, pg 1921). Vejam as advertências:

“Esta é a vontade de Deus para vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra; não no desejo da lascívia, como os gentios, que não conhecem a Deus” (1 Ts 4.3-5).

“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). O sexo é permitido, então, somente quando ambos, homem e mulher, estão unidos pelo matrimônio, formando uma só carne.

“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas...herdarão o reino de Deus” (1 Co 6.9). “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação”(Lv 18.22; 20.13).

Homossexualismo

O homossexualismo é assim denunciado por Paulo: “Por causa do que essas pessoas fazem, Deus as entregou às paixões vergonhosas. Pois até as mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. E também os homens deixam as relações naturais com as mulheres e se queimam de paixão uns pelos outros. Homens têm relações vergonhosas uns com os outros e por isso recebem em si mesmos o castigo que merecem por causa da sua maldade” (Bíblia na Linguagem de Hoje, Rm 1.26).

Deus criou HOMEM e MULHER e lhes dotou de órgãos específicos e especialmente destinados à reprodução da espécie, chamados órgãos sexuais ou genitais. “Assim Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou. MACHO e FÊMEA os criou” (Gênesis 1.27).

Homem e mulher possuem genitália apropriada à reprodução. Notem que Deus não criou meio termo, não criou um ser humano que em determinado momento pudesse assumir funções híbridas. Deus não criou um homem com possibilidades sexuais de desempenhar o papel da mulher no ato sexual, e vice-versa. Ocorre que a natureza pecaminosa em função da queda no Éden coloca o homem em rebeldia contra Deus. Pela influência do diabo, o homem continua se rebelando contra o Criador e Sua palavra. Daí as perversões na área sexual.

A homossexualidade surgiu em decorrência dessa rebeldia. Se o homem assume postura própria de mulher; se a mulher assume funções próprias do homem no ato sexual, caracteriza-se um comportamento contrário à vontade do Criador. Deus nos criou para uma relação heterossexual.

Dizer que quem nasce gay morre gay; quem nasce lésbica morre lésbica; que se trata de uma opção sexual válida; que o homossexualismo é uma opção dentre outras; que tudo é permitido desde que satisfaça as partes envolvidas; que não existe pecado; que tudo é válido quando existe amor; que o homossexualismo é genético e por isso irreversível; que a única saída para os pais é aceitar a opção sexual de seus filhos, e tantos outros argumentos semelhantes, são vozes de pessoas que não vivem segundo os preceitos de Deus. São pessoas que estão sob o senhorio do mundo; são servos do mundo; fazem a vontade do deus-diabo, que cegou-lhes o entendimento.


Que Deus nos abençoe!


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